Ana Salgueiro Teatro - Aveiro

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Alice - GRETUA 1992

E depois veio a Alice, em 1990.

Uma grande produção do GRETUA, magnífica. Uma encenação do Pedro Wilson, louco como nós éramos. Mas de ideias precisas e belas. Os cenários eram magníficos, concebidos  pelo Pedro Andrade. Muito trabalhámos nós Greturianos ou Greturienses naqueles cenários. Lembro-me que o Pedro Wilson queria um porco leitão vivo. Mas não era possível tal façanha por muito boa vontade que tivéssemos. Acabámos por fazer o animal em esponja. E lembro-me de estar a cortar uma esponja e cortar um dedo. Fui parar ao hoispital de Aveiro e levou-me a São, esposa do Vitor Correia, que faleceu há uns anos de doença prolongada. Era uma grande mulher. Lembro-me dela comigo no hospital com aquele ar calmo e brincalhão a dizer-me....ai Ana estás tão branca.... e ria-se comigo e dapois de uns pontos e mais alguns risos aquilo passou.
Foi montado no auditório da fundação Calouste Gulbenkian. Entrava um montão de gente gira, incluíndo o Miguel, o Zé, a Hermínia (que atriz é aquela Hermínia meu Deus), a Eduarda. O Carlos Pedro ajudava nas luzes e o João Margalha também andou por lá. O Manuel tratava das fotos.

E eu fazia uma Alice um bocadinho deslavada, mas apaixonada por aquele mundo, imaginário louco de sonhos e adolescência. Tive direito a um poster de foto magnífica, pequena memória de vaidade e prazer de ter feito parte de tão bonito espetáculo.

A peça terminava comigo a olhar para o público, na mesa, já acordada do sonho. No final de um dos espetáculos, o Zé Geraldo veio ter comigo e disse: Ana, para mim o melhor momento foi aquele teu olhar no final do espetáculo. Fiquei contente, porque ele viu. Ele viu.



























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