Ana Salgueiro Teatro - Aveiro

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Uma Tricana no Espaço - CETA - 2003




Ontem lembrei-me desta peça que escrevi e encenei, para e no CETA, em 2003.

Sobre alguns extraterrestres que aterram numa Ria de Aveiro soterrada por uma camada de poluição e gelo, (como naquela cena final de Inteligência Artificial do Spielberg, lembram-se?),

Um Rei, uma Rainha e alguns pilotos da nave que descobrem um frigorífico soterrado.

De dentro desse frigorífico e entre muita fumarada, vão saíndo as personagens do passado que os extraterrestres observam atentamente (O Mané, a Patrícia, a Paula e a Filipa). Sai a Tricana (a Judite), saem os amigos a assar bacalhau (o Lau e o Arlindo), sai a menina e sua avó, aparecem dois bobos para animar a festa (Paula e Fátima). A perspetiva não era saudosista nem de museu ou de congelação do passado. Era sobre o que as nossas memórias guardam de genuíno, que nunca desapareceu e permanece, mesmo debaixo de toda a poluição.

As fotos são do Julio Lemos (Samy), quase todas. Obrigada Samy. Há mais fotos do Carlos Soares mas ainda não tive tempo de as digitalizar. A velocidade dos acontecimentos vai deixando pouco tempo para registar devidamente tudo.

O meu amor a Aveiro, terra que já é a minha, estava por lá também.
O que faz sentido relembrarmos no futuro e que é único deste cantinho do universo?
Isto é bonito, eu gosto muito disto, de falar disto, de trabalhar sobre isto.

Tanto como gosto de futuro, de imaginar naves brilhantes e de entrar no hiper espaço, para viajar até outra galáxia. Nesse futuro há wookies e sabres de luz e tudo aquilo que quisermos, desde que seja pelo bem dos planetas e onde todos os seres vivos se respeitem.

E que a Força esteja comigo e com todos.