Ana Salgueiro Teatro - Aveiro

sábado, 19 de novembro de 2016

Rui Paixão



Certamente já o conhecem e já o viram por aí.
Pois eu nunca tinha visto, nem ao vivo nem de perto.
Vi-o hoje, num espetáculo em Vila da Feira, em estreia, a Velha.
Um génio de 21 anos de um tamanho enorme em palco e de uma entrega absoluta.
Vi-o num espetáculo a solo, despido de dogmas ou tipos de teatro, físico, cerebral, inteiro, de uma forma que se vê perfeitamente que é ele que vai atrás do corpo e não o corpo que vai atrás dele.
Tive também a oportunidade de aprender uma imensidão de coisas com ele e de reencontrar e confirmar a linha dentro do teatro que mais gosto de seguir, e que em tempos trabalhei muito.
A linha onde se ajusta o corpo. Corpo, corpo e corpo. O corpo é a chave e o cérebro. É por ele e através dele que evoluímos em nós próprios em cada minuto seguinte. Não precisamos de nos preocupar com o minuto seguinte. O corpo sabe e guia-nos, se o deixarmos falar livremente. E com sorte, desata a contar histórias ou simplesmente ajuda-nos a filtrar os dias com a paleta de cores mais adequada.
A palavra generosidade de alma ganha um sentido novo através desta entrega do corpo, quase uma oferenda ou um grito.
Uma oportunidade para deixar falar o que somos e para sermos o melhor que podemos ser para os outros, quer os outros queiram quer não.
O Rui tem apenas 21 anos mas tem um imenso globo terrestre dentro dele e mais algumas constelações. E tem já a sabedoria de um génio antigo. 
O que acabei de ver, um homem jovem só no meio de um palco (não vou contar nada para não estragar a surpresa, vão ver quando puderem, este espetáculo é diferente), a passar para lá de para lá de para lá, mas permanecendo dentro dele e nós a ver, não se dá a explicações.

Dá-se a deslumbramentos e a experimentações. 

quinta-feira, 3 de março de 2016

Ser outra é ser sempre a mesma.



No teatro é-se outros sendo-se sempre igual a si próprio.

Essa é a grande vertigem, dificuldade e maravilha do Teatro.

Nesta iniciativa da Musa - essa escola sempre a crescer - e do querido Professor Pepe, tive mais uma oportunidade de ser e fazer e voltar a ser.

Não sou cantora, e tenho muitas barreiras (e aprendizagens para cumprir) nesse campo (mas o que não é assim na vida?), mas uma atriz tem de saber cantarolar quando é preciso e improvisar quase sempre.

E estar no meio de tão bonitas e boas cantoras, com queridos amigos a ver... não há melhor.

As restantes fotos aqui, das lindas musas.

E as canções atribuídas pelo professor deram para brincar e esconder as notas tortas atrás de danças  e de muitos sorrisos:

O 'Call me' da Blondie (a minha adolescência) e o Sooner or Later do filme Dick tracy, cantado pela Madonna.

E então? Nada como um bom desafio.

Criar a personagem e ir em frente. Jogar tudo o que se é. Dançar. É assim o Teatro.

Novos desafios se avizinham, alguns para muito em breve.

A coragem não faltará.

Na Musa o Teatro e a Música andam de mãos dadas e dão-se bem.

E as surpresas não tardarão a chegar. :)

Sempre de coração cheio e sorriso largo e abraços sinceros.






sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Agustinas

Num teatrinho junto ao canal de São Roque em Aveiro, de seu nome CETA, nascem todos os dias coisas bonitas.

Nesta foto de bastidores cantávamos:
‘Monstrito não te inquietes que Paquito está aqui’
O rock do monstrito para o animar, ele (interpretado pela Fátima Camões) que não se encaixava em cena nenhuma da peça para a infância Agustina e a Felicidade e que estava farto de ser monstrito.
Acabou por ser um ‘bird monster in the sky’, uma sugestão da Agustina e ficou tudo resolvido.

As coisas bonitas são sobretudo estas caritas iluminadas pelo fulgor de ser outros em palco.

Como eu gosto de ver estes ramalhetes sem idade, iluminados, únicos.

Aqui não está a Luciana Sanhudo como Agustina mas a sua alegre e profissional substituta Catherine Oliveira, que foi Agustina durante alguns espetáculos. 

Nesta peça não houve Agustina mas sim Agustinas.

E a Lara, a Dulce, o Arlindo, a Paula, o Mané, o João, o Rogério e a Fátima.


E muita, muita amizade daquela que é para sempre, mesmo que o sempre seja um sopro. 


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

ARTERISO na Gruta

São bonitos, muito bonitos, estes momentos na Gruta em Ilhavo,

Pequena tasca do Sr. Silvino, onde se partilham 'habilidades' e vontades de as partilhar.

Conseguiu o Arteriso um modelo de acontecimento cultural e artístico que, quero dizer que, único.

Pela combinação desinteressada de pessoas, pela alegria do Sr. Silvino, pelos carapaus com feijão frade. É mesmo uma verdadeira partilha porque sim, porque nos apetece. Partilhamos, não 'mostramos'.

Mais ou menos preparados não interessa, lá vamos nós.

É tão bom estar com estas pessoas boas e é tão divertido e há tanto talento aqui.

Desta vez arranhei umas leituras de contos do Paulo Moreira e do Julio Cortazar. Que bom que é ler com o coração nos olhos.

Mas para mim o que foi mesmo  alegria  foi o Peter Pan contar o Macaco de Rabo Cortado e tocar e cantar com a Maria João as Dunas.

A esticar o nosso cordão umbilical.

Aqui ficam umas fotos nossas.

Mais fotos, de todos, neste link.









sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Agustina e a Felicidade




O António Júlio Lemos (Samy) está a fotografar, com todo o seu profissionalismo, a peça Agustina e a Felicidade. Aqui algumas fotos do processo, de ontem à noite.

Amanhã é o último espetáculo, dia 30 de Janeiro no CETA.

Gosto muito desta gente e deste teatro.

Em algumas das fotos vemos também o Mané-Paquito a viajar com a Agustina, a qual precisa das suas cancions para animar a sua viagem.
Na vida real é o Mané que está prestes a viajar, imaginamos que em busca da sua felicidade. Dá-lhe Mané, e volta depressa.

Fica a amizade de sempre e a imensa, voraz vontade de novas viagens e de novas histórias, com novos começos e sempre infinitas.

O balão de ar quente já está de partida, e vai carregadinho de novas ideias. Overload.
Pelo caminho, quando sobrevoar campos e cidades, terá de se ver livre de algum desse peso. Que não sofrerá com a força da gravidade caindo por ali abaixo. Não senhora.

Voará, até a linha do horizonte.
Mãos à obra.

Ana