Ana Salgueiro Teatro - Aveiro

domingo, 22 de novembro de 2015

Em busca do filho perdido - Efémero 1995






Estas são as fotos de teste para o cartaz da primeira peça para a infância da Efémero - Companhia de Teatro de Aveiro, 'Em Busca do Filho Perdido' (1995 ? - 20 anos?) que o amigo e fotógrafo Manuel Teixeira me deu há algum tempo.

Lembro-me bem deste dia no estúdio dele. Lembro-me que fazia de mãe e de filho. Lembro-me que o querido João Brás era o Jô Tascão, meu pai e que o 'mau da fita' era o  'Palavras Fáceis' interpretado pelo Mário Montenegro. A peça era do fantástico louco José Geraldo.

Lembro-me que estava a acabar o mestrado em Coimbra nesta altura e que logo depois tomei a decisão de sair da Companhia.

Mas nunca me fui embora.

Esta conjugação de forças faz parte em mim. Apesar de haver alturas loucas como esta, em que a exigência está levada ao máximo em várias frentes de batalha, não desisto. É assim que eu vivo.

Gosto de ter o Teatro sempre por perto. Uma bússula que me indica o norte.
Que me dá a adrenalina e o estímulo para tudo o resto.

Sempre.

E sobretudo os outros, o que aprendo com eles, o brilho dos olhos deles a refletir novas viagens.
E o que isso alegra os que estão ao meu redor.
São coisas que me fazem feliz.


E aqui vão estas fotos, arrancadas ao fundo da gaveta, partilhadas, para me lembrar do que foi, do que é e do que será.

Uma questão de equilíbrio e de eterna brincadeira.



















terça-feira, 10 de novembro de 2015

Nothing happens by accident.

Escrevi isto no ar, entre Paris e o Porto, há umas três semanas, inspirada pelas amizades que encontramos em toda a parte, como foi o caso de reencontrar a Nandini, amiga indiana que vive no Reino Unido, na mesma mesa de jantar - à semelhança do ano passado - e por haver uma empatia instantânea entre nós.
Simpáticamente convidou-me para um clube de leitura e escrita no facebook, práticamente constituído só por indianos. Uma honra e um deleite observar a sua imensa cultura.
No jantar falámos de ... gostar de escrever. Ela perguntou se eu escrevia em inglês.
Eu disse que não mas que ia pensar nisso. E assim fiz. Já o partilhei no tal clube de leitura e escrita.
E foi assim: olhando pela janela e arranhando o meu inglês, pensei: há algumas certezas nesta vida. Foquei-me nestas três:
Somos um pequeno floco de nuvem, só fazemos sentido ao lado de outros flocos e nada acontece por acidente. Nothing happens by accident. Logo abaixo das nuvens está o poema.



Nothing happens by accident
Neither the trees nor the sea
What you can grab in your hand for a moment
That is the most beautiful thing you can see.
There are hands that cross each other
With the same way to see the world
And although we are sister and brother
What really is keeping us (or not) is the word.
Nothing happens by accident
Even if you stay a thousand kilometers high and away
What you can grab in your hand for a moment
That should be the beauty to lead your way.
In everywhere you find friends
With the same way to see the world
In every corner a friendly face
Ready to write with you the story untold.
Nothing happens by accident
Neither the journey nor the wish to stay
Nothing is the same in a new moment
Day or night and night or day.
Sometimes a big huge sadness
Is flying over the things you lost in your way
But there is always a way to avoid emptiness
If in your happy feelings choose to stay.
Nothing happens by accident
Neither the dinner nor the play
Because if you are always inside the moment
You can live longer
Yes you can, yes you may.
Sometimes nothing comes to your memory
Sometimes you feel empty in some way
But in the next moment you are telling a story
And the light of your head is there again

Ready to lead your way!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Dança - Guetto Kids

Dança, expressão que conjuga outras expressões, tão antiga como o homem e por isso tão completa, mente e corpo em ebulição.

Estes Guetto Kids são fabulosos e é fabulosa a dança os torna pequenos reis e rainhas, tal é a intensidade da luz que elevam acima da pobreza.  De que pobreza estamos a falar afinal?

Se estamos a falar do corpo-memória, da imaginação pura e das viagens que a junção entre os dois nos permitem, independentemente da nossa raça ou credo, então eles são ricos.

Fazia-nos bem regressar de vez em quando a uma pureza contida dentro das barreiras da nossa racionalidade e que aguarda uma oportunidade para se expressar.

Por isso partilho esta descoberta.

Retrata bem a pureza da expressão, esse nosso eterno bloqueio.


Dança Africa1

Dança Africa2

Dança Africa3

Dança Africa4


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Teatro coração, coração teatro.

O teatro cola-se à pele como um fungo e o que imagino dentro dele torna-se um motor para tudo o resto.

Esta foto é do cartaz da primeira peça da Efémero - Companhia de Teatro de Aveiro - 1995
em que eu fazia de 'Senhora Frank' com o meu bom amigo João Brás, Senhor Frank, numa encenação de Carlos Fragateiro.

A possibilidade de ser outros, sendo o mesmo - aliás já o disse - é viciante como água com limão e hortelã, gelada, no verão. Fica para sempre.

A possibilidade de continuar a fazer coisas novas dentro do teatro, novos trabalhos, fazer, fazer, fazer, em conjunto com outros, com um grupo, onde cada um se redescobre individualmente e coletivamente é como uma brisa suave que tudo empurra para a frente.

Cada novo ano, cada novo grupo, mais uma viagem. Vamos lá então!