Ana Salgueiro Teatro - Aveiro

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

No princípio foi assim.

Na cantina, apanhei um panfleto sobre um curso de Expressão Dramática no GRETUA (tenho de encontrar esse panfleto sei que o guardei algures). No início do ano letivo 1986-1987.

Ia e vinha de bicicleta, segundas e quartas à noite.

O Rui Sérgio orientou. Convidou outros formadores tais como o Carlos Fragateiro e a Bibi Perestrelo. Foi no 'CIFOP' na cave, num espécie de pequeno ginásio. O GRETUA, na altura e durante muitos anos, não teve instalações próprias.

Fiz amigos para sempre: o Rui Sérgio, o Carlos Fragateiro, a Pino Moreira, o Nélio Filipe Santos, o Jorge Vaz (Bebe Água) e a Dália Mateus E outros aos quais perdi o rasto.

Um dos quadros tinha como pano de fundo uma música da Laurie Anderson,'Born, Never Asked, esta precisamente.  Foi o Nélio que escolheu. Era um grupo fantástico.

O espetáculo final foi no CETA, ainda o público se sentava num anfiteatro de madeira, no velho armazém de sal, no mesmo sítio onde ainda está hoje.

Foi um momento importante na minha vida. Nunca mais tive (muito) medo de estar só.

Primeira peça que fiz depois disso:

Le Nouveau Cygne de Pierre, de Pascal Juan.

Começava assim: A: Frederic Siboni? ....B: sim, sou eu....A: trouxe-me as cartas?

O Rui Sérgio encenou. O Pedro Andrade fez um cartaz fantástico. Entravam o Jorge Vaz, o João Brás, o Nélio Santos, a Mena (que é feito da Mena?) e eu. Foi nas catacumbas da Universidade de Aveiro que tinham acabado de ser construídas. Um frio de rachar.

Tinha um papel pequenino mas numa cena forte. Também fiquei muito amiga, para sempre, do querido João Brás, agora ator em Lisboa.

Esta era a minha fotografia no programa, tirada pelo fotográfo Manuel Teixeira. Eu estava claramente a sentir-me importante nesta fotografia (toina!). De repente eu, atriz. Lembro-me perfeitamente da noite em que tirámos estas fotos, nas catacumbas, muito frio.

Isto só me interessa a mim, provavelmente, mas está a saber bem.

A aventura que se seguiu no GRETUA foi a peça a FERA, no ano seguinte.




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