Ana Salgueiro Teatro - Aveiro

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

CETA 1997

O meu carinho pelo CETA - Círculo Experimental de Teatro de Aveiro começou aqui, em 1997.

Depois de 1987 continuei mais uns anos no GRETUA, depois fiz parte da constituição da EFÉMERO - Companhia de Teatro de Aveiro, tendo aí trabalhado como atriz durante dois anos.

Nessa altura tive de tomar algumas decisões na vida, nomeadamente a de me dedicar à minha outra actividade profissional, depois de acabar o mestrado. Não foi fácil.

E ainda não sabia que nunca poderia abandonar completamente o Teatro.

Nessa altura, foi o CETA (pela mão do Joaquim Vargas) que me deu nova oportunidade, convidando-me para encenar uma peça, pela primeira vez.

Que responsabilidade!

Lá fiz o melhor que consegui, de paixão.

A peça chamava-se 'Roubaram a Lua' de Jean Paul Alégre'.

Entravam muitos actores e actrizes, alguns muito jovens, ainda adolescentes, e que vieram mais tarde a seguir teatro, tais como o Romeu Costa (agora um actor conhecido do teatro e que até já fez telenovelas) que já tinha feito coisas no CETA, a Filipa Cruz (que encenou a última peça do CETA!) e a Teresa Costa. E depois tantos outros, amantes de teatro com outras profissões, o Camilo, o Joaquim Vargas, o Artur, o Arlindo, a Helena, o Lau, a Paula Ribas, a Catarina, a Zé. Depois junto o programa porque não estão aqui todos.

Esta peça terminava com o número das 'Mergulhadoras de Acapulco' que mais tarde repeti, à traição, numa outra peça que encenei no CETA, 'Mulheres'.

"...Somos, as mergulhadoras, de Acapulco ó ó, queremos mergulhar!!!!..." e uma fila de meninas de fato de banho e touca cantava.

E desde então ficou esta vontade de criar sempre novas coisas, sempre novos espectáculos, sempre mais.

Com os necessários espaços de respiração. Inspira, expira. Pau-sa-da-men-te.

Gosto mesmo muito de fazer este tipo de trabalho, de paixão, junto de pessoas de quem gosto. É meu estimulante preferido, logo depois da família. E ajuda-me a organizar tudo o resto.

Nestas fotos estou grávida do meu filho mais velho.






domingo, 7 de setembro de 2014

Vaidade

Segundo o Al Pacino, no extraordinário papel que desempenha no filme 'Advogado do Diabo´ (aliás toda a cena, de que este bocadinho é apenas um excerto, é extraordinária) e tal como reforça na cena que encerra o filme: 'a vaidade é o meu pecado favorito'.

Pudera, nenhum de nós escapa. Todos gostamos de ter algum destaque, de ser fotografados, que nos digam que somos bons, que fizemos bem. Todos.

Esta foto foi tirada pelo Manuel Teixeira, aqui uma cópia do polaroid original que ele fez, para o programa da peça 'Crash' do GRETUA (1993), encenada pelo João Brás. Foi representada no pátio interior do CIFOP. 

Eu fazia um papel mínimo aqui. A aprender o meu amor ao Teatro. Não interessa o tamanho do papel, interessa estar lá, estar envolvido, colaborar, ser útil. Respeitar os outros. Elogiá-los, incentivá-los

É esta a redenção da nossa vaidade natural. Aprender a humildade. Respeitar os outros, de coração, ser leal. Uma mão lava a outra. A lei das compensações. Exercito-o todos os dias. E mesmo assim continuo a ser vaidosa com as coisas que sinto que faço bem. 

E mesmo assim, mesmo com um papel pequenino, tive direito a ter uma foto bonita que registou um momento alto da minha vida, jovem, muito jovem.

Claro que fico vaidosa, muito. Lembro-me o que pensei na altura que se deu o 'click'. Mas isso não posso revelar. É só meu ;) (lá está, vaidade!).  


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Generosos

Para fazer este tipo de cursos, que têm tanto de técnica individual quanto de jogo de grupo e de improvisação, um adulto tem de ser generoso e tolerante perante as diferenças.
Para os outros e para consigo mesmo. Este pequeno grupo soube sê-lo. Este espetáculo foi uma colagem de pequenos momentos criados nas várias sessões, em torno do conteúdo de pequenos textos e de letras de canções. Teve muita música, na construção de um pequeno espetáculo à medida da MUSA uma escola de música e artes. No final a colagem, feita por todos. A grande surpresa foi que todos cantaram e supreenderam nesse cantar.
A seleção de músicas correspondeu ao reportório deles, a canções de que se lembraram ou gostavam de cantar e a canções, em alguns casos inventadas por eles. Estas letras, quando ditas, também surpreendem.

Podiam ter sido outras e serão outras noutras oportunidades. As possibilidades são imensas. Mas foi um bom 'laboratório', onde um grupo de gente com outras profissões, experimentou aqui outros 'eus' e um espaço de respiração compassada e revigorante.

Foi no final do ano letivo 2013-2014 no CETA.





quarta-feira, 3 de setembro de 2014

No princípio foi assim.

Na cantina, apanhei um panfleto sobre um curso de Expressão Dramática no GRETUA (tenho de encontrar esse panfleto sei que o guardei algures). No início do ano letivo 1986-1987.

Ia e vinha de bicicleta, segundas e quartas à noite.

O Rui Sérgio orientou. Convidou outros formadores tais como o Carlos Fragateiro e a Bibi Perestrelo. Foi no 'CIFOP' na cave, num espécie de pequeno ginásio. O GRETUA, na altura e durante muitos anos, não teve instalações próprias.

Fiz amigos para sempre: o Rui Sérgio, o Carlos Fragateiro, a Pino Moreira, o Nélio Filipe Santos, o Jorge Vaz (Bebe Água) e a Dália Mateus E outros aos quais perdi o rasto.

Um dos quadros tinha como pano de fundo uma música da Laurie Anderson,'Born, Never Asked, esta precisamente.  Foi o Nélio que escolheu. Era um grupo fantástico.

O espetáculo final foi no CETA, ainda o público se sentava num anfiteatro de madeira, no velho armazém de sal, no mesmo sítio onde ainda está hoje.

Foi um momento importante na minha vida. Nunca mais tive (muito) medo de estar só.

Primeira peça que fiz depois disso:

Le Nouveau Cygne de Pierre, de Pascal Juan.

Começava assim: A: Frederic Siboni? ....B: sim, sou eu....A: trouxe-me as cartas?

O Rui Sérgio encenou. O Pedro Andrade fez um cartaz fantástico. Entravam o Jorge Vaz, o João Brás, o Nélio Santos, a Mena (que é feito da Mena?) e eu. Foi nas catacumbas da Universidade de Aveiro que tinham acabado de ser construídas. Um frio de rachar.

Tinha um papel pequenino mas numa cena forte. Também fiquei muito amiga, para sempre, do querido João Brás, agora ator em Lisboa.

Esta era a minha fotografia no programa, tirada pelo fotográfo Manuel Teixeira. Eu estava claramente a sentir-me importante nesta fotografia (toina!). De repente eu, atriz. Lembro-me perfeitamente da noite em que tirámos estas fotos, nas catacumbas, muito frio.

Isto só me interessa a mim, provavelmente, mas está a saber bem.

A aventura que se seguiu no GRETUA foi a peça a FERA, no ano seguinte.




terça-feira, 2 de setembro de 2014

No reino da imaginação deles...


No reino da imaginação deles


Tal como referi na mensagem anterior, vou começar pelo fim antes do novo princípio. As imagens do espetáculo de apresentação do exercício de teatro desenvolvido na MUSA - Escola de Música e Artes de Aveiro, em Junho de 2014. Tudo isto foi primeiro imaginado pelos miúdos, que tiraram da cartola as personagens que quiseram e que a mim me coube depois limar, ajudando-os a dar-lhes corpo, espírito, palavras e enredo, escrevendo uma pequena peça de teatro. Foi muito divertido, mesmo. Adoro estes miúdos e aprendi imenso com eles. 





























Finalmente!

Finalmente, uma atualização deste pequeno blog, criado para divulgar a minha atividade teatral e de autora, e que faz parte da minha vida tal como o ar que respiro.

Atualmente presto apoio à atividade da MUSA - Escola de Música e de Artes de Aveiro.

 Infelizmente nem sempre tenho tempo de atualizar este blog como gostaria, mas chegou a hora. Porque é importante para a escola que esta atividade esteja disponível para quem quiser consultar.

Desde que iniciei o curso na Universidade de Aveiro, e portanto a minha atividade profissional, iniciei também a minha atividade no TEATRO, em 1986. Sempre a encarei de uma forma profissional. Um passatempo que é uma ajuda, uma espécie de Prozac que não dispenso e que me dá imensa força para todas as outras ocupações da minha vida.

Comecei no GRETUA - Grupo Experimental de Teatro de Aveiro e nunca mais parei. O Teatro modificou-me e está em todos os cantos e recantos da minha vida. Quando invento histórias para contar aos meus filhos ou quando dou aulas, está sempre lá. Quando ajudo outros a descobrirem a força que têm. Ajuda imenso e faz parte de mim. 

Desde então participei como atriz em várias peças. Mais tarde ganhei um gosto enorme por criar histórias e encená-las. A encenação passou a ser central na minha atividade teatral. Encenei sobretudo no CETA - Círculo Experimental de Teatro de Aveiro (facebook: https://www.facebook.com/cetateatroaveiro)

Mais tarde, em parte motivada pela educação dos meus filhos, ganhei um gosto especial em trabalhar com crianças e adolescentes, continuando a trabalhar também com adultos, quer em cursos de Expressão Dramática e Teatro, quer em encenações de peças. 

O pior de tudo isto é que nunca tive tempo para organizar devidamente o meu material ou atualizar este blog, limitando-me a cumprir desafios o mais profissionalmente que consigo.

Mas isso acabou. Não garanto que consiga colocar toda a informação (tenho muitas fotografias por digitalizar), mas vou colocando, sem ordem cronológica, à medida que for encontrando o material. Começarei pelos últimos trabalhos na MUSA e a partir daí continuarei a viagem no passado, em direção ao futuro. No blog encontram alguma informação colocada em 2011, quando o mesmo foi criado. Agora vou colocando a restante.

Espero que gostem e tenham algum interesse (divulguem, já agora). 

Todas estas referências e outras que vou pesquisando, estudando e recolhendo, contínuamente, são a minha fonte de inspiração, para cada novo trabalho. Nesta área e nas outras.

Não é nada de especial, mas porque não mostrá-lo?

Para já, aqui fica uma música e uma imagem da peça o Rapaz Bicicleta, história que escrevi e encenei no CETA, e que foi ilustrada pela Cláudia Alexandrino e pela Maria Pinho. A música foi feita pelo Fernando Nazaré, professor de guitarra na MUSA, foi gravada na MUSA, e o livro está à venda na MUSA e noutros locais de Aveiro (o valor das vendas reverte a favor do CETA!).  Representa uma ligação direta entre o meu gosto por esta área e a minha restante atividade profissional.

E novos projetos se avizinham, especialmente dedicados à MUSA!

Tenho dito, para já. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Gretua

Bianca em 'A Fera'
O Filho Perdido em 'O Filho Perdido'